Abdias Nascimento, herói da pátria

O nome de Abdias Nascimento entrou no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, que fica no Panteão, em Brasília

A lei que fez a inclusão veio de um projeto do senador Marcelo Castro, relatado por Paulo Paim, que foi sancionada pelo presidente Lula em janeiro

Um dos pioneiros do movimento negro no Brasil, Abdias começou a lutar pela igualdade racial na década de 1930

Foram quase oito décadas de militância nas mais diversas frentes

Na dramaturgia, foi fundador do Teatro Experimental do Negro

No mundo das letras, escreveu o livro O Genocídio do Negro Brasileiro, lançado em 1978 e editado até hoje 

Nas artes visuais, suas obras valorizaram a cultura africana

Este quadro de Abdias faz parte do acervo do Museu de Arte de São Paulo

Como deputado federal nos anos 1980 e senador nos anos 1990, apresentou projetos de lei a favor da população negra

Abdias pediu a criação de cotas raciais no ensino superior e no mundo do trabalho

“Por meio da ação compensatória, o Estado, a universidade e as empresas podem não apenas remediar a discriminação passada e presente, mas também prevenir a discriminação futura

Ele denunciou o racismo estrutural numa época em que essa expressão ainda não existia

“A lei brasileira não é nem nunca foi cega à cor. Mecanismos nela embutidos operam no sentido de manter inalterado o status relativo dos grupos raciais em nossa sociedade”

O Brasil perdeu a voz combativa de Abdias Nascimento em 2011, quando ele morreu, aos 97 anos

Neste 14 de março, se estivesse vivo, o mais novo herói da pátria teria completado 110 anos

texto Ricardo Westin edição Rafael Faria pesquisa e edição de fotos Bernardo Ururahy edição multimídia Bernardo Ururahy fotos Acervo Ipeafro Célio Azevedo/Senado Federal Pedro França/Agência Senado Jonas Pereira/Agência Senado Geraldo Magela/Agência Senado Arquivo Nacional MASP

Publicado em 14/3/2024