A JORNADA DA MOEDA

Após a Independência, em 1822, as moedas seguiram o padrão do período colonial (Réis), com pequenas alterações: as Armas de Portugal foram substituídas pelas do Império

Para uniformizar as cédulas e acabar com as falsificações, em 1835 o Tesouro Nacional assumiu a patente das emissões monetárias, substituindo as antigas notas do Banco do Brasil e o troco em cobre

Com a popularidade das cédulas, o cobre foi substituído por ligas modernas e duráveis. Em 1868, foram introduzidas moedas de bronze e, em 1870, de liga metálica de cuproníquel. O uso do ouro foi interrompido em 1922, devido ao alto custo do metal

Após a Proclamação da República em 1889, foi mantido o padrão Réis. As moedas de ouro e prata receberam gravação da alegoria da República no lugar da imagem do imperador

Em 1942, o Brasil instituiu a primeira mudança de padrão da moeda do país: foi o fim do antigo sistema Réis e a criação do Cruzeiro

O principal objetivo era uniformizar o dinheiro em circulação. Naquele ano, circulavam no Brasil 56 tipos de diferentes de cédulas. 1 Cruzeiro correspondia a mil Réis

O Cruzeiro foi reformado em 1964, em razão do aumento da inflação naquele período, que corroía o poder de compra da moeda rapidamente. O centavo, considerado sem relevância, foi eliminado

O descarte dos centavos durou pouco: eles retornaram com o Cruzeiro Novo, em 1967. As cédulas do Cruzeiro foram aproveitadas, recebendo carimbos com os novos valores. Mil cruzeiros correspondiam a um Cruzeiro Novo

Em março de 1970, o nome da moeda voltou a ser Cruzeiro. O valor não mudou, pois 1 Cruzeiro Novo passou a valer exatamente 1 Cruzeiro

Devido à disparada da inflação, os anos seguintes viram a passagem de várias moedas em sequência: Cruzado, Cruzado Novo e retorno ao Cruzeiro

Em julho de 1993, como parte de uma nova reforma monetária, foi instituído o Cruzeiro Real. A unidade equivalia a mil Cruzeiros. Foram aproveitadas cédulas do padrão anterior e emitidas cédulas novas

Com o novo plano de estabilização econômica, o Banco Central determinou, em 1º de julho de 1994, a substituição de todo o dinheiro em circulação pelo Real, cuja unidade equivalia a 2.750 Cruzeiros Reais, na época

A nova moeda entrou em circulação com um fator de conversão único e não arredondado. Pela primeira vez, não houve corte de zeros ou carimbagem de cédulas do padrão anterior

Esse processo marcou o início de um período de estabilidade de preços, que anulou a memória inflacionária

texto Tauany Kelly edição Cíntia Sasse pesquisa e edição de imagens Bernardo Ururahy design web Amanda Gomes Imagens: Banco Central do Brasil Casa da Moeda Museu Paulista Pinacoteca de São Paulo Correio da Manhã/Arquivo Nacional Agência Nacional/Arquivo Nacional Wikimedia Commons Adobe Stock

Publicado em 28/11/2025

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